Page 15 - Da Terra
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Na Naquela altura, as tabernas eram lugares frequentados mais pelos homens, ou logo pela manhã, para beber
uma aguardente e aquecer o corpo e o espírito, ou pela tarde, para beber vinho e aliviar da dureza do
trabalho. Como nem sempre havia dinheiro, as dívidas eram assentadas numa tábua. Colocava-se o nome da
Tabna pessoa e depois o que iam acumulando de despesa, 5 tostões, 10 tostões, representando o po de consumo
com símbolos (bolas e traços). No fim da jorna, quando nham dinheiro, lá iam os homens pagar. E mal era
saldada uma conta, logo começava outra, até à jorna seguinte. E assim, nunca faltava pinga!
Pois certo dia, um homem chegou à taberna, aproximou-se do taberneiro, bateu com a mão no balcão e disse:
- Quero cinco copos de vinho!
- Cinco copos de vinho? Assim de uma assentada?
- Dê-me lá os cinco copos de vinho. Eu é que sei. Se digo que quero cinco copos de vinho, é porque quero cinco
copos de vinho.
O taberneiro fez-lhe a vontade e o homem bebeu tudo de seguida. Depois, bateu com a mão no balcão e disse:
- Quero quatro copos de vinho!
- Quatro copos de vinho? Mas o senhor acabou de beber cinco copos e ainda quer mais?
- Dê-me quatro copos de vinho, já disse!
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